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A MAÇONARIA EM PARATY


A MAÇONARIA EM PARATY. Este assunto tem chamado a atenção e com o passar dos tempos minhas pesquisas avançaram bastante e descobri que os sinais estão onde o olho alcança mais não vê.

Estima-se que a maçonaria tenha surgido em Paraty por volta de 1700, quando os primeiros maçons teriam chegado na Villa fugindo das perseguições do Velho Mundo. Chegando em Paraty, eles acham ser um porto seguro, um lugar livre para o desenvolvimento da ordem. Com novas idéias, são recebidos na Villa como “Os Iluminados”, e passam a influenciar bastante nos modos e costumes da povoação. Assim achando terra fértil, os maçons começam a se desenvolver na Villa de Paraty. Suas reuniões eram realizadas não só em sigilo, como também em lugares diferentes em cada vez que se reuniam. Um dia em casa de um irmão, no outro na casa de outro, sempre mantendo a preocupação de não serem descobertos. Com o passar do tempo começam a demarcar a Villa com sinais característicos de sua simbologia (1726). As esquinas recebem os primeiros sinais em forma de cunhais em pedra, que se ligando uns aos outros formam um triângulo oculto. Algumas casas receberam os primeiros símbolos ainda no século XVIII. Neste período é muito provável que as cores predominantes na Villa tenham sido o Branco e o Azul. No século XIX novos símbolos proliferam por mais construções decorando suas fachadas. Todos estes sinais tinham por objetivo indicar aos irmãos que chegavam a Villa que ali eles seriam bem acolhidos, encontrariam abrigo, apoio e seriam alimentados, e onde receberiam orientação sobre o novo mundo que os estava recebendo.

Algumas construções apresentam os vãos entre as janelas da seguinte forma : O segundo espaço é o dobro do primeiro e o terceiro é a soma dos dois anteriores. As plantas feitas em escala 1:33:33 é outro sinal claro desta influência. Existiu também na Villa um cargo na administração municipal chamado de “Fiscal de Quarteirão”, que somavam um total de 33 fiscais, sendo que ainda não existiam os 33 quarteirões . Então porquê 33 fiscais ? Enfim, o 33 está por todos os lados, basta conhecer e ter olhar atento.

Dizem que em Paraty existiu o “Clube dos Luvas Negras”, formado por justiceiros da maçonaria, que se encarregavam de julgar e punir os irmãos que estavam em falta com a ordem e a sociedade. Consta que se reuniam em locais ermos e escuros, como cemitérios. Em Paraty se reuniam na Toca do Caçununga, um sambaqui que provavelmente foi cemitério indígena. Silvio Romero, que foi juiz de direito em Paraty, “dizem”, era membro do clube, sendo possivelmente o líder. Segundo alguns, nos escombros de sua casa, foram encontrados o avental, a espada e as luvas negras (Seria Possível?). A Loja Maçônica que se chamava “União e Beleza”, abriu seu templo por volta de 1833/1834, supostamente no sobrado da Rua Dr. Pereira com Rua Dr. Samuel Costa, mudando-se com o passar do tempo para vários outros lugares. No final do século XIX a Loja de Paraty foi fechada e a Maçonaria abandonou a cidade, levando seus segredos e documentos, mas deixou suas marcas nas ruas, fachadas e memória dos moradores. A ”Aug\ e Resp\Loj\Simb\ União e Beleza nº 88” reabriu seu templo em 1983, agora ligada a “Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro”. À sombra do imaginário, ficamos hoje tentando remontar o que seria a Vila nos séculos XVIII e XIX.

Apesar de se falar de maçonaria em Paraty a partir do século XVIII, em meus estudos e pesquisas sobre o assunto, encontrei vestígios que nos levam a data mais antiga. Fazendo-me crer que possivelmente, se Paraty não foi o Berço da Maçonaria no Brasil, certamente foi um dos berços. Quanto ao suposto Clube dos Luvas Negras, isso não passa de mera imaginação de alguém que ao presenciar um ritual secreto o interpretou de forma errônea, a maçonaria não é a KKK e não condena a morte nenhum irmão. Dizer que Silvio Romero teria sido maçom é outra inferência, pois isso nunca ficou provado.


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