Passeando por Paraty encontramos um belo sobrado à beira mar, de frente para a Rua Fresca e bem próximo a Igreja de N. S. das Dores. Um simples passante pode se admirar de tão singela beleza. Porém, ali, naquele singelo e simples sobrado, voltado para o mar da baia de Paraty, viveu o Príncipe D. João Maria de Orleans e Bragança. D. João era conhecido do Doutor Moura Brasil, que era proprietário de várias terras em Paraty, hipotecadas ao Banco do Brasil. Estas terras foram oferecidas ao Príncipe, que viajou à Petrópolis para levantar o dinheiro para comprá-las.
Na década de 50 D. João, então piloto da FAB, sobrevoa Paraty, gosta do que vê e escreve a um outro amigo pedindo para escolher um sobrado bonito e arejado para que também comprasse. Este amigo encontra um sobrado com dois jardins internos (laterais) e avisa por telegrama a D. João que autoriza a compra. D. João ao visitar o imóvel, gosta muito do que vê e faz reformas no prédio, passando a morar nele até o fim de sua vida em 2005. Na reforma o prédio recebe as cores verde e amarelo, cores da família Imperial Brasileira, nas portas e portais. Um brasão de Bronze, com o símbolo do império é afixado ao lado da porta para indicar que o prédio pertence a integrantes da família Imperial. Ao falecer, ficou como proprietário de suas terras, seu filho D. Joãozinho.
DIREITOS SUCESSÓRIOS
Muitos acham que se retornássemos a monarquia, D. Joãozinho seria o nosso Imperador. Quem pensa assim está enganado. Na verdade por direito sucessório seria nosso imperador hoje D. Luiz Gastão Maria José Pio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Wittelsbach, filho de D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança e Dª Maria Isabel da Baviera.
POR QUE ISSO ACONTECE?
Isso acontece devido a D. Pedro de Orleans e Bragança, pai de D. João de Paraty ter perdido seu direito ao trono quando casou-se com Dª Elizabeth de Dobrezensky. Assim, passou a ser o ramo dinasta os sucessores de D. Luiz de Orleans e Bragança, que a priore seria o segundo na linha sucessória. Mesmo que a linha de sucessão fosse ainda o ramo de Petrópolis, seriam os sucessores de D. Pedro Gastão a ocupar o trono brasileiro e não os de D. João de Paraty, pois D. Gastão de Orleans era o filho mais velho. A linha sucessória anterior e a atual descendem de D. Izabel Princesa do Brasil e D. Gastão de Orleans, o conde D’Eu.
Texto: Renan Pinto
22/07/2017