HISTÓRIA
O Inicio de Paraty é bastante polêmico, acredita-se que sua fundação ainda como pequeno povoado se deu em 1531 com a passagem da primeira missão colonizadora. Assim, com a passagem de Martim Afonso começa a povoação da pequena baia de águas calmas, que com passar do tempo se transforma no principal porto de escoamento do ouro que vinha das minas. Ainda em 1597, Martim Correa de Sá, adotou o roteiro misto marítimo-terrestre, para alcançar o Vale do Paraíba, vindo de barco até Paraty e daqui subindo a trilha Guaianá.
As terras de Paraty foram dadas a título de sesmarias para alguns angrenses e só mais tarde é que a Vila prospera e consegue sua libertação de Angra com uma revolta comandada por Domingos Gonçalves de Abreu em 1660. Seu primeiro povoado se originou no Morro da Vila Velha e só por volta de 1640 é que passa para a parte de baixo em terreno doado por D. Maria Jacome de Melo. Com sua posição estratégica, Paraty viria a ser no futuro a “jóia da Coroa”, por onde as riquezas produzidas no interior da colônia iriam ser escoadas e chegariam a Portugal.
BREVE HISTÓRICO:
1531- Possível passagem da Armada de Martim Afonso de Souza.
1597- Expedição de Martim Côrrea de Sá.
1640- Mudança do povoada para o Rócio.
1646- Construção da Primeira Igreja de Nossa Senhora dos Remédios.
1660- O Capitão Domingos G. de Abreu e o Capitão Mor de São Vicente e Itanhaem Jorge Fernandes da Fonseca, levantam o Pelourinho em praça pública.
1667- O Rei de Portugal envia carta Régia datada de 28 de fevereiro confirmando a separação e Paraty é elevada a Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty.
1711- Amaral Gurgel lidera 800 homens contra o corsário francês René Dugay Troin, que invadira o Rio de Janeiro.
1721- Paraty é anexada à província de S. Paulo.
1722- Começa a construção da Igreja de Santa Rita dos pardos Libertos.
1725- Começa a construção da igreja de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito.
1726- D. Pedro II de Portugal, resolve devolve-la ao Rio de Janeiro.
1800- Construção da Capela de N. S. das Dores.
1813- Enobrecida com o título de Condado de Paraty – 14 de dezembro.
1844- Elevação à Cidade – 10 de março.
1945- Monumento Histórico do Estado do Rio de Janeiro.
1958- Tombamento pelo SPHAN.
1966- Cidade Monumento Nacional.
“O 28 DE FEVEREIRO”
No dia 28 de fevereiro de 2018, completamos oficialmente 351anos de emancipação política.
Passava-se o ano de 1660, o povoado de Paraty estava incomodado com os desmandos e a falta de postura dos angrenses que tratavam o local como lixo. Era um povoado sem lei e as autoridades de Angra dos Reis, pouco se importavam com o caso, talvez porque tivessem receio de que o povoado se tornasse muito importante e começasse a concorrer com a privilegiada Angra (Vila de Nossa Senhora de Conceição de Ilha Grande).
Os paratienses não se conformavam de serem jurisdicionado a Vila de Angra, alguns anos antes haviam tentado um levante que não deu certo, porém uma semente de esperança havia sido plantada, que foi germinando e em 1660 o Capitão Domingos Gonçalves de Abreu, começa um novo levante popular e com o auxilio de Jorge Fernandes da Fonseca, Capitão-Mor das Capitanias de São Vicente e Itanhaém, levanta o pelourinho em praça pública, simbolizando a autonomia do município que estava livre do julgo angrense. “Segundo os antigos, os angrenses que estavam em Paraty foram colocados em uma grande canoa e expulsos da nova e florescente Vila”. Assim nos tornamos o primeiro município do Brasil a conseguir sua autonomia por força de uma revolta popular, seguido depois por Campos dos Goytacases. Mas a briga não terminou ai, Angra não se conformou com o ato do Capitão Domingos e o rebateu enviando vários protestos ao governador e ao rei. Como uma reles e medíocre Vila poderia se insurgir contra a poderosa Angra ?! A peleja durou sete anos, até que em 1667 o rei de Portugal envia uma carta régia datada do dia 28 de fevereiro consagrando a legalidade do ato, transformando o Povoado em Vila, ratificando todo o ato de revolta comandado pelo capitão Domingos. Nosso “advogado” foi fundo nos artifícios, alegando ao rei que a florescente Vila ficava em local privilegiado, onde corria o único caminho para vencer a serra ( A Muralha ), e que o caminho era muito usado para o comércio com as vilas de cima, fazendo com que o potencial estratégico fosse fantástico. O rei, muito espertamente, vendo que a criação da vila favoreceria em muito a coroa portuguesa, ratificou o nosso levante. Isso criou uma certa inimizade entre as duas Vilas, e em Angra levamos o nome de “Alevantados”, pelo qual somos até hoje conhecidos.